(8)
Pequena lua impassível
que de noite vens me olhar
com teu brilho impossível
de a ti mesma revelar
Que me dizes, o que quer
teu branco olho lunar?
Teu silêncio me requer
desfazer-me em meu tear?
Levanto-me branca e nua
no meu sonho recorrente
e vou andar pela rua
como uma pobre demente
Até retornar ao leito
vaga, sonada e lenta
trazendo uma flor no peito,
na boca um sabor de menta.
Sob os lençóis macios
me deito já desfrutada
como esses seres vadios
de tua louca noitada
E durmo com minhas mãos
que desfizeram a teia,
repousando entre os vãos
que o teu olhar incendeia.
(sem data)
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