domingo, 30 de outubro de 2011

Gengibre branco (de Alma Welt)

Hoje te escrevi
um bilhete
de um só fôlego
Não me respondeste
Missiva já antiga
lenta
como o burrinho
de um frei Timóteo
talvez chegarei tarde
demais...

Não irei direto a ti
Rondarei prudente
pensando em nós
quão belos fomos
na aurora
de nossas dúbias cotovias
rouxinóis e beijos...

Estou voltando à tua casa
ao teu quintal
para procurar
um gengibre branco
mais velho
para me apaixonar de novo
por ti

Estou voltando
para nós
sem resposta
sem provas
palpáveis
de que bem-me-queres
com o mesmo fogo
de outrora

Ah! esta casa
que conheço tão bem
como a palma
desta mão
que dou à palma...

Estou voltando à tua casa
ao teu quintal
para procurar
um gengibre branco
mais velho

Para me apaixonar de novo
por ti...