quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Orsília (de Alma Welt)

(Este notável e estranho poema foi escrito por Alma quando ela tinha apenas 16 anos, já denotando o seu caráter romântico e um tanto esotérico, dentro da grande tradição do Romantismo Alemão de nossos ancestrais paternos. (Lucia Welt)


ORSILIA

Numa floresta gótica
Jaz, erma e terrível, a lembrança de Orsilia
A mágica luz dos entre-arcos, que nenhum vento distorce
Pousa nalgum lugar de seu corpo, um reflexo de dor.

Suas tranças germinaram, recompondo a dourada face
Nenhuma oscilação afugenta o espírito em seu retorno,
Mas toda a atmosfera submete-se a uma paz ditada pela morte.

O silêncio canta uma balada ancestral.
Nem a névoa estagnada dos pântanos
Nem o petrificado gesto do íbis
Se dispersa ante tão suave angústia.

Orsilia vagueia seu amor translúcido
Seu triste amor, agora isento de recordações
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à margem de uma estrada, um vento sofre nas ramadas.


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