Ofuscados pela luz,
não podemos enfrentar
seu brilho incrível.
Muito menos encarar
o sol que nos protege
e oprime.
Quão frágeis somos
sobre a Terra e seus caprichos
afinal benevolentes
se nos inteiramos
de nossa insignificância...
Abelhas e formigas
têm, visivelmente
o mesmo significado
que nós homens
perante a Vida e a Morte.
E no entanto...
porque cogitamos
e nos debatemos
na mente inconformada?
Tanta poesia
no papel
desperdiçada!...
18/07/2006
Este espaço é dedicado especificamente à obra poética em versos livres da escritora gaúcha Alma Welt (1972-2007) e está sendo administrado por sua irmã Lucia Welt
domingo, 15 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Volta à casa paterna (de Alma Welt)
Capa do folheto com desenho de Guilherme de Faria
Volto à casa paterna, comovida,
onde a alma e o coração nasceram,
aparentemente, nesta vida,
conquanto ecos que os precederam
julgo escutar ao fundo, estarrecida.
Olho as paredes, lombadas nas estantes,
retratos e poeira tão constantes
e um piano mudo expectante
de mãos habilidosas já ausentes
Quanta tristeza, que noite persistente
atravessa o casarão demente!...
murmúrios e o correr das lágrimas
do pranto e o ranger de dentes...
Contudo, na casa impregnada
uma carga de ausência renitente
que o coração martela ao pé da escada...
no hall, no labirinto,corredores,
jogo eterno da alma em seus temores,
buscando o leito de dossel materno,
o berço ao lado, o cortinado branco
ondulando ao vento como por encanto...
Quero deitar de novo neste berço
quero dormir ouvindo o acalanto
e retornar ao mundo do sonhar primeiro,
afugentando o sono do espinheiro
pra ter de novo a casa que mereço
e ouvir de novo aquele canto...
no hall, no labirinto,corredores,
jogo eterno da alma em seus temores,
buscando o leito de dossel materno,
o berço ao lado, o cortinado branco
ondulando ao vento como por encanto...
21/11/2005
domingo, 1 de novembro de 2009
Poema perplexo (de Alma Welt)
O melhor de mim é a certeza
de minha perplexidade inominável
diante da vida erigida em religião
de mistérios e de assombros.
E o amor... por quase tudo
menos pelas moscas,
que essas seriam mesmo do diabo,
como mosquitos e algumas larvas
Mas o sol, e o seu pôr,
o sol...
só pode ser Deus,
se Deus houvesse.
Ando pela campina,
ainda a colher flores,
privilégio que veio a mim
de outras eras
E ao imaginar-me e mesmo avistar-me
com longínquo olho me comovo comigo
e abano a cabeça. conformada.
Romântica ? Talvez...
por pura estética...
17/08/2006
de minha perplexidade inominável
diante da vida erigida em religião
de mistérios e de assombros.
E o amor... por quase tudo
menos pelas moscas,
que essas seriam mesmo do diabo,
como mosquitos e algumas larvas
Mas o sol, e o seu pôr,
o sol...
só pode ser Deus,
se Deus houvesse.
Ando pela campina,
ainda a colher flores,
privilégio que veio a mim
de outras eras
E ao imaginar-me e mesmo avistar-me
com longínquo olho me comovo comigo
e abano a cabeça. conformada.
Romântica ? Talvez...
por pura estética...
17/08/2006
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