Não, a maior tragédia
não é a morte
mas a perda da felicidade.
A irremediável, a incontornável perda
da felicidade que um dia existiu
e que se considerava perene.
Ah! Os dias de cantos, danças e carícias!
Os dias de terno langor
no leito ou na varanda de um jardim florido
quando as crianças correm por ali
e o ser amado nos acena
sorrindo dentre elas...
Não, a tragédia não é a pura solidão, inata,
adquirida ao nascer
e que nos acompanhará até o final.
É termos um dia acreditado vencê-la
ou termos por algum tempo conseguido superá-la,
enganá-la, a ela, a solidão esmagadora,
e escondê-la tão bem de nós mesmos.
E ela, afinal... ter vencido.
Não, a tragédia não é
termos sido infelizes
em nossa vidas.
É termos perdido a felicidade
um dia conquistada
e não podermos mais viver
dentro de nós,
de nossa própria pele,
dentro de nossos próprios sonhos
ora perdidos...
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Nota
*Pungente poema recém-encontrado na arca da Alma, e que talvez explique o final trágico da musa do pampa.
O original, num pedaço de papel de embrulho, não tinha título, que foi improvisado por mim. (Lucia Welt)
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