Este espaço é dedicado especificamente à obra poética em versos livres da escritora gaúcha Alma Welt (1972-2007) e está sendo administrado por sua irmã Lucia Welt
sábado, 24 de dezembro de 2011
A Roda (de Alma Welt)
A Roda - de Matisse
A Roda (de Alma Welt)
Demo-nos as mãos por uns minutos
e uma grande roda façamos
plenos da sagrada alegria!
Quê de melhor alguém tem a propor?
Demo-nos as mãos e rodemos bailando e cantando
Como se fosse este o dia da libertação,
Que na verdade bem o pode ser,
Que cada dia é, se o quisermos...
Uma grande roda crescente, uma imensa roda
Cujo som de nossas vozes se alteie como uma onda
E que irmanados estejamos como num princípio ideal
Que imaginávamos na Terra dos Homens
Ouvindo estórias de avós e mães
Que queriam sua prole unida, e não dispersa...
Haja festa! Haja risos e brindes e canções,
Algumas picarescas, daqueles mais jocosos...
E que riamos, riamos o riso da inocência
Que é o riso que a Terra lembra
e quer de nós!...
domingo, 30 de outubro de 2011
Gengibre branco (de Alma Welt)
Hoje te escrevi
um bilhete
de um só fôlego
Não me respondeste
Missiva já antiga
lenta
como o burrinho
de um frei Timóteo
talvez chegarei tarde
demais...
Não irei direto a ti
Rondarei prudente
pensando em nós
quão belos fomos
na aurora
de nossas dúbias cotovias
rouxinóis e beijos...
Estou voltando à tua casa
ao teu quintal
para procurar
um gengibre branco
mais velho
para me apaixonar de novo
por ti
Estou voltando
para nós
sem resposta
sem provas
palpáveis
de que bem-me-queres
com o mesmo fogo
de outrora
Ah! esta casa
que conheço tão bem
como a palma
desta mão
que dou à palma...
Estou voltando à tua casa
ao teu quintal
para procurar
um gengibre branco
mais velho
Para me apaixonar de novo
por ti...
um bilhete
de um só fôlego
Não me respondeste
Missiva já antiga
lenta
como o burrinho
de um frei Timóteo
talvez chegarei tarde
demais...
Não irei direto a ti
Rondarei prudente
pensando em nós
quão belos fomos
na aurora
de nossas dúbias cotovias
rouxinóis e beijos...
Estou voltando à tua casa
ao teu quintal
para procurar
um gengibre branco
mais velho
para me apaixonar de novo
por ti
Estou voltando
para nós
sem resposta
sem provas
palpáveis
de que bem-me-queres
com o mesmo fogo
de outrora
Ah! esta casa
que conheço tão bem
como a palma
desta mão
que dou à palma...
Estou voltando à tua casa
ao teu quintal
para procurar
um gengibre branco
mais velho
Para me apaixonar de novo
por ti...
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